quarta-feira, 20 de maio de 2015

Resenha: A Origem do Lobo




Título: A Origem do Lobo
Série: Wereworld – Livro 1
Autor: Curtis Jobling
Ano: 2011
Edição: 1
Editora: Benvirá
Número de páginas: 376
Avaliação: 9





Sinopse:

Drew Ferran é um adolescente de 16 anos que leva uma vida calma - até o dia  em que pressente um animal terrível, um predador ancestral rondando a fazenda onde vive com sua família. Ele tem certeza de que algo ruim e sobrenatural está prestes a acontecer. Mas não imagina a que ponto isso pode chegar.

Numa noite de lua cheia, Drew descobre a verdade e sua vida muda para sempre. Uma terrível febre o acomete, sua gengiva se dilacera, seus dedos tornam-se garras... e ele se transforma em um lobo mortal, um lobisomem poderoso - em uma única palavra, um Werewolf.

Acusado por um crime que não cometeu, Drew deixa sua casa e busca refúgio nos recônditos  mais ermos dos Sete Reinos da Lyssia, uma terra cheia de segredos e perigos, dominada por um tirano e povoada por seres que se transformam em animais.

Considerado inimigo pelo despótico Leopold, o rei Leão, Drew será obrigado a usar todo o seu poder para sobreviver e reconquistar um direito que seu sangue lhe assegura.


Resenha:
 
A série Wereworld se passa no reino da Lyssia, uma terra onde habitam os Werelords – pessoas que podem se transformar em animais, como leões (Werelions), ursos (Werebears), serpentes (Wereserpents) e outros animais perigosos. É então que o jovem Drew descobre ser um lobisomem (Werewolf), o último de sua espécie, e as consequências desse fato desencadeiam consequências irremediáveis, transformando a vida de Drew para sempre – assim como a de todos os habitantes da Lyssia.

Acredite quando eu digo que o parágrafo anterior é só uma mínima parte da história, de tão vasto que é o mundo criado por Curtis Jobling. Mas eu vi em muitos outros lugares por aí sinopses que revelavam spoilers gigantescos sobre o enredo (inclusive na contracapa do livro), e eu acho que é muito mais interessante desvendar a história durante a leitura do que descobrir antes e não se surpreender (o que foi o meu caso, infelizmente), então espero que esse pequeno trecho tenha atiçado sua curiosidade sem revelar mais do que o necessário, porque tem muito mais nessa história do que você pode imaginar!

Em primeiro lugar, quem não ama histórias que se passam em universos paralelos? Ainda mais com uma ambientação no estilo medieval, repleta de reis, castelos antigos, batalhas travadas com espadas, criaturas sobrenaturais e uma boa dose de magia. Sagas mais famosas como As Crônicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis fizeram isso muito bem, e Curtis Jobling demonstra em Wereworld que também sabe conduzir a trama com maestria. Infelizmente, as cenas de magia não foram bem utilizadas durante o enredo, mas espero que o autor procure explorá-las melhor nos próximos livros.

O mesmo não pode ser dito dos Werelords, nobres que carregam no sangue o gene da transmutação, e que são uma das melhores coisas que a história pode oferecer. Cada família nobre apresenta o poder de se transformar em determinado animal, e é interessante ver como todas elas são divididas pelos reinos e como todas se encaixam nesse jogo de intrigas políticas, sejam como aliados ou inimigos uns dos outros. Ursos, leões, raposas, e até mesmo tubarões, entre outras infinidades de transmorfos espalhados pela Lyssia, todos têm seu papel na configuração dos sete reinos como um todo e a decisão do autor de incluir os Werelords na história não poderia ter se mostrado mais acertada.

A Origem do Lobo é o típico clichê agradável de se ler, seguindo aquela fórmula básica dos livros de aventura, que por mais que a gente encontre livros que seguem o mesmo raciocínio, eles são legais demais para que a gente consiga se enjoar deles: o protagonista, que de uma hora para outra descobre ser diferente da maioria das pessoas, e que tem seu mundo virado de cabeça para baixo, enquanto segue em uma jornada rumo a descobrir quem realmente é e o mundo à sua volta.

Drew é o clássico herói: altruísta, corajoso, fazendo de tudo para ajudar os outros e não se contendo ao ver alguém em problemas. Os amigos que faz durante sua jornada, Hector e Whitley, são uns fofos, e já se tornaram meus personagens favoritos, mas tem vários outros personagens incríveis também, como o Duque Bergan e o Conde Vega, que tiveram algumas das aparições mais marcantes da história, além do excelente vilão, o rei Leopold, o tipo de oponente que não deve ser subestimado. Quanto à Gretchen, eu não saberia o que dizer. Eu basicamente vivi uma relação de amor e ódio com relação à personagem no decorrer do livro. Eu ainda não entendo como ela podia ser insuportavelmente irritante em algumas horas e incrivelmente legal em outras. Mas pela minha não tão vasta porém respeitável experiência em leitura, acredito que quase toda saga tenha um personagem assim.

O que mais eu posso dizer? Além dos personagens super legais e o enredo envolvente, algo que me surpreendeu muito foi o detalhamento. As descrições dos cenários, dos personagens e das cenas em geral são simplesmente impecáveis! Tudo tão real e tão envolvente que não tem como não se sentir parte da história, como um personagem vagando pelas terras da Lyssia. A própria Lyssia é um encanto à parte. O autor não só criou uma terra fictícia: ele planejou cada detalhe dela! Parece que ele simplesmente sabe o nome de cada rua, cada rio, cada vilarejo, cada cidade, cada pequena parte dos Sete Reinos da Lyssia! E ele cita esses nomes no decorrer da narrativa (e várias vezes eu acabei me perdendo por conta disso), mas como o autor atencioso que ele é, Jobling deixou um mapa dos Sete Reinos bem explicadinho no início do livro, assim cada leitor pode acompanhar a história e a trajetória dos personagens sem problemas.

Eu ainda não te convenci de como esse livro é maravilhoso? É só dar uma lidinha para conferir as cenas de ação, que são absolutamente fantásticas! O autor ainda conseguiu equilibrar essas cenas com aquelas sem tanta adrenalina, sem carências ou excessos, apenas na medida certa. Jobling também optou por deixar o romance de lado neste primeiro livro da saga, o que eu achei ótimo para consolidar o início da história, mas acredito que já podemos esperar algo realmente promissor nos próximos livros. Apenas um aviso: as cenas de batalha são tão detalhadas quanto brutais, então para aqueles que não têm estômago forte, não digam que não avisei!
 
Enfim, muito obrigada à editora Benvirá por me enviar esse livro tão incrível! A tradução ficou ótima, apenas com alguns poucos erros de digitação aqui e ali que não prejudicaram em nada. E além de eu ter amado a capa, o livro ainda possui uma excelente diagramação e várias ilustrações bem legais no início de cada capítulo. Agora que você já conhece esse fantástico mundo da série Wereworld, espero que esteja correndo, assim como eu, para ler o próximo volume da saga e se aventurar com Drew pelos reinos dos Werelords.
 



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