Você ainda não conhece Os Treze Porquês? Venha conferir a resenha desse drama emocionante, que em breve será adaptado para a TV pela Netflix!
Título: Os 13 Porquês
Autor: Jay Asher
Ano: 2009
Edição: 2
Editora: Ática
Número de páginas: 256
Avaliação: 8
Sinopse:
Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassete. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que treze motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.
Resenha:
Será que paramos pra pensar no efeito das nossas ações sobre as outras pessoas? É, eu sei que parece uma pergunta boba, afinal, lidamos com outras pessoas o tempo inteiro. Estamos sempre tão ocupados que mal temos tempo para parar e pensar realmente no que estamos fazendo. Mas a verdade é que tudo o que fazemos tem um efeito sobre as outras pessoas. Seja para o bem ou para o mal. Então, a melhor maneira de fazer essa pergunta talvez seja: o que nós temos feito para as outras pessoas?
No livro Os 13 Porquês, o jovem Clay chega em casa depois da escola e encontra uma misteriosa caixa endereçada a ele. Não há remetente. Ao abri-la, Clay se depara com sete fitas cassete enumeradas. Decidindo escutar as fitas, Clay se assusta ao ouvir uma voz familiar. A voz é de Hannah Baker. Hannah, sua colega de classe. Hannah, a garota por quem Clay era apaixonado desde sempre. Hannah, a garota que cometeu suicídio poucas semanas antes.
Assustado, Clay segue ouvindo as gravações. A voz de Hannah explica que as fitas cassete contém treze motivos que a fizeram tirar a própria vida. Treze pessoas que a feriram de uma forma irreversível. E, se Clay recebeu as fitas, ele também é uma delas. Agora, Clay terá que ouvir todas as fitas até o final e descobrir como contribuiu para a morte da garota que amava, e, assim, repassá-las adiante.
Pra começar, é preciso dizer que Os 13 Porquês é um livro bem impactante. Algumas vezes, chega a ser perturbador. Não porque a história é ruim, mas porque o suicídio não é um assunto superficial, e o autor, Jay Asher, soube conduzir a trama com bastante tensão. Asher ainda encontrou espaço para falar sobre outros temas, como depressão e estupro, que, apesar de serem pouco explorados, não são tratados de forma leviana, o que torna a leitura intensa, mas ao mesmo tempo bem comovente.
À medida que Clay segue escutando as gravações, ele passeia pela cidade, para os lugares onde cada acontecimento marcante das fitas ocorreu, e o autor deixou um mapa no início do livro, assim o leitor pode facilmente imergir na história. Apesar de Clay ser o protagonista, ele é apenas um porta-voz para a verdadeira trama. É a história de Hannah que é contada aqui. Hannah, apesar de ter sucumbido à sua aflição, narra a história com um sarcasmo mordaz, transmitindo bem seus pensamentos e sentimentos em cada cena, fazendo com que o leitor possa facilmente compreender tudo que se passa com ela.
Os treze motivos, na verdade, são treze pessoas. Treze pessoas que machucaram Hannah de alguma forma, mesmo que não soubessem. Muitas das coisas que essas pessoas fizeram eram ações simples, que talvez não tivessem significado nada para elas, mas, que, para Hannah, significaram tudo. Boatos espalhados pela escola, brincadeiras de mal gosto; pequenas ações que foram se juntando, e juntando, até causar um efeito bola de neve, que foi crescendo até formar uma avalanche, e essa avalanche desmoronar sobre Hannah.
Eu fiquei profundamente chateada ao encontrar algumas resenhas desse livro na internet e ver que muita gente não gostou. A maioria dessas pessoas disse que os motivos que a Hannah teve para se suicidar não eram motivos bons o suficiente. Que ela só estava procurando uma desculpa para se matar. Que ela era uma garota fraca. Que poderia ter buscado ajuda se quisesse. As mesmas desculpas que os personagens do livro, alguns dos treze motivos, usaram para livrar sua culpa e justificar o suicídio de Hannah.
É importante saber que pessoas como Hannah existem em todo o mundo. Nessa edição, no final do livro, o autor, Jay Asher, respondeu algumas curiosidades dos leitores, e relatou que, após a publicação da história, ele recebeu muitas mensagens de pessoas que se identificavam com Hannah e até pensavam em suicídio, mas que, depois que leram Os 13 Porquês, decidiram buscar ajuda. Esse tipo de história é muito importante, porque não é apenas uma obra de entretenimento, mas uma história para nos fazer pensar sobre nossas próprias ações, e ajudar pessoas que estejam passando pelo mesmo problema. Um livro assim deveria ser o tipo de leitura obrigatória em todas as escolas.
Nas palavras do autor Jay Asher nos comentários finais:
Hannah não tirou a própria vida porque era fraca. Hannah tirou a própria vida porque estava sofrendo. A mensagem que Os 13 Porquês deixa para nós é que devemos refletir sobre a maneira como tratamos as outras pessoas. As treze pessoas não achavam que estavam fazendo nada de mais; mas será que alguém parou pra pensar no efeito das suas ações na vida de Hannah?
Eu considero Os 13 Porquês uma leitura essencial e recomendo para todos. Sei que muita gente esperava mais desse livro, e se decepcionou. E, apesar de não achar que o livro tem a mais surpreendente das narrativas, até porque, a história segue os acontecimentos de uma personagem que morreu, então já sabemos como a história dela termina, a mensagem que ele traz é tão terrivelmente urgente que em nenhum momento me senti decepcionada. Os 13 Porquês não é só um drama. Não é só um romance. Não é só um suspense. Os 13 Porquês é um alerta.
Hannah tirou a própria vida. Foi trágico. Foi terrível. Mas poderia ter sido evitado. E, apesar de ser uma personagem fictícia, a morte da Hannah não deve ser banalizada. Ainda existem muitas Hannahs mundo afora. E elas precisam da nossa ajuda.
P.S.: A Netflix está produzindo uma série baseada em Os 13 Porquês. Ainda não há previsão de estreia, mas vamos aguardar que eu acho que tem coisa boa vindo aí!
Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassete. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que treze motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.
Resenha:
Será que paramos pra pensar no efeito das nossas ações sobre as outras pessoas? É, eu sei que parece uma pergunta boba, afinal, lidamos com outras pessoas o tempo inteiro. Estamos sempre tão ocupados que mal temos tempo para parar e pensar realmente no que estamos fazendo. Mas a verdade é que tudo o que fazemos tem um efeito sobre as outras pessoas. Seja para o bem ou para o mal. Então, a melhor maneira de fazer essa pergunta talvez seja: o que nós temos feito para as outras pessoas?
No livro Os 13 Porquês, o jovem Clay chega em casa depois da escola e encontra uma misteriosa caixa endereçada a ele. Não há remetente. Ao abri-la, Clay se depara com sete fitas cassete enumeradas. Decidindo escutar as fitas, Clay se assusta ao ouvir uma voz familiar. A voz é de Hannah Baker. Hannah, sua colega de classe. Hannah, a garota por quem Clay era apaixonado desde sempre. Hannah, a garota que cometeu suicídio poucas semanas antes.
Assustado, Clay segue ouvindo as gravações. A voz de Hannah explica que as fitas cassete contém treze motivos que a fizeram tirar a própria vida. Treze pessoas que a feriram de uma forma irreversível. E, se Clay recebeu as fitas, ele também é uma delas. Agora, Clay terá que ouvir todas as fitas até o final e descobrir como contribuiu para a morte da garota que amava, e, assim, repassá-las adiante.
Pra começar, é preciso dizer que Os 13 Porquês é um livro bem impactante. Algumas vezes, chega a ser perturbador. Não porque a história é ruim, mas porque o suicídio não é um assunto superficial, e o autor, Jay Asher, soube conduzir a trama com bastante tensão. Asher ainda encontrou espaço para falar sobre outros temas, como depressão e estupro, que, apesar de serem pouco explorados, não são tratados de forma leviana, o que torna a leitura intensa, mas ao mesmo tempo bem comovente.
À medida que Clay segue escutando as gravações, ele passeia pela cidade, para os lugares onde cada acontecimento marcante das fitas ocorreu, e o autor deixou um mapa no início do livro, assim o leitor pode facilmente imergir na história. Apesar de Clay ser o protagonista, ele é apenas um porta-voz para a verdadeira trama. É a história de Hannah que é contada aqui. Hannah, apesar de ter sucumbido à sua aflição, narra a história com um sarcasmo mordaz, transmitindo bem seus pensamentos e sentimentos em cada cena, fazendo com que o leitor possa facilmente compreender tudo que se passa com ela.
Os treze motivos, na verdade, são treze pessoas. Treze pessoas que machucaram Hannah de alguma forma, mesmo que não soubessem. Muitas das coisas que essas pessoas fizeram eram ações simples, que talvez não tivessem significado nada para elas, mas, que, para Hannah, significaram tudo. Boatos espalhados pela escola, brincadeiras de mal gosto; pequenas ações que foram se juntando, e juntando, até causar um efeito bola de neve, que foi crescendo até formar uma avalanche, e essa avalanche desmoronar sobre Hannah.
Eu fiquei profundamente chateada ao encontrar algumas resenhas desse livro na internet e ver que muita gente não gostou. A maioria dessas pessoas disse que os motivos que a Hannah teve para se suicidar não eram motivos bons o suficiente. Que ela só estava procurando uma desculpa para se matar. Que ela era uma garota fraca. Que poderia ter buscado ajuda se quisesse. As mesmas desculpas que os personagens do livro, alguns dos treze motivos, usaram para livrar sua culpa e justificar o suicídio de Hannah.
É importante saber que pessoas como Hannah existem em todo o mundo. Nessa edição, no final do livro, o autor, Jay Asher, respondeu algumas curiosidades dos leitores, e relatou que, após a publicação da história, ele recebeu muitas mensagens de pessoas que se identificavam com Hannah e até pensavam em suicídio, mas que, depois que leram Os 13 Porquês, decidiram buscar ajuda. Esse tipo de história é muito importante, porque não é apenas uma obra de entretenimento, mas uma história para nos fazer pensar sobre nossas próprias ações, e ajudar pessoas que estejam passando pelo mesmo problema. Um livro assim deveria ser o tipo de leitura obrigatória em todas as escolas.
Nas palavras do autor Jay Asher nos comentários finais:
"Mesmo que alguém pareça ignorar um comentário casual ou não se deixar afetar por um boato, é impossível saber tudo o que se passa na vida daquela pessoa e o quanto podemos ampliar sua dor. As pessoas têm impacto na vida dos outros; isso é inegável."
Hannah não tirou a própria vida porque era fraca. Hannah tirou a própria vida porque estava sofrendo. A mensagem que Os 13 Porquês deixa para nós é que devemos refletir sobre a maneira como tratamos as outras pessoas. As treze pessoas não achavam que estavam fazendo nada de mais; mas será que alguém parou pra pensar no efeito das suas ações na vida de Hannah?
Eu considero Os 13 Porquês uma leitura essencial e recomendo para todos. Sei que muita gente esperava mais desse livro, e se decepcionou. E, apesar de não achar que o livro tem a mais surpreendente das narrativas, até porque, a história segue os acontecimentos de uma personagem que morreu, então já sabemos como a história dela termina, a mensagem que ele traz é tão terrivelmente urgente que em nenhum momento me senti decepcionada. Os 13 Porquês não é só um drama. Não é só um romance. Não é só um suspense. Os 13 Porquês é um alerta.
Hannah tirou a própria vida. Foi trágico. Foi terrível. Mas poderia ter sido evitado. E, apesar de ser uma personagem fictícia, a morte da Hannah não deve ser banalizada. Ainda existem muitas Hannahs mundo afora. E elas precisam da nossa ajuda.
P.S.: A Netflix está produzindo uma série baseada em Os 13 Porquês. Ainda não há previsão de estreia, mas vamos aguardar que eu acho que tem coisa boa vindo aí!
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