quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Resenha: Se Eu Ficar



Título: Se Eu Ficar
Série: Se Eu Ficar – Livro 1
Autora: Gayle Forman
Ano: 2014
Edição: 2
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 224
Avaliação: 6




Sinopse: 

Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.
 


Resenha:

Nada como um bom romance meloso para adocicar o nosso dia, não? Se Eu Ficar já se tornou um dos livros mais vendidos aqui no Brasil, e é o típico romance com temática adolescente recheado de drama familiar e com uma boa dose de clichês. O resultado dessa receita pode agradar muita gente que gosta dos livros do gênero, mas não chega nem perto de ser original ou ao menos surpreendente.

Mia Hall é uma musicista de 17 anos que, como tantas outras, possui pais amorosos, uma melhor amiga e um namorado apaixonado. Em uma manhã de fevereiro, Mia sai para um passeio com a família e, em um instante, tudo muda. Após um acidente de carro do qual seus pais não sobrevivem, Mia se vê em uma experiência extracorpórea ao mesmo tempo em que assiste seu próprio corpo sendo carregado para o hospital enquanto fica entre a vida e a morte. Mas não se engane: a narrativa não apresenta nada de sobrenatural. Essa foi apenas a forma que a autora encontrou para que a Mia continuasse conectada ao leitor e este pudesse conhecer suas lembranças.

O livro alterna o passado, através dos flashbacks da vida de Mia, e o presente, com a garota em sua forma etérea vagando pelo hospital refletindo sobre seu passado e tentando decidir se vale a pena lutar pela vida e permanecer neste mundo, o que é uma forma bem interessante de conhecer a personagem. Pena que a trama não vai muito além disso, já que a sinopse contém basicamente a história do livro inteiro. O enredo gira em torno somente da Mia andando pelo hospital, tentando decidir se fica ou se vai, ou tentando descobrir como fazer isso, enquanto relembra alguns dos momentos importantes da sua vida. Apenas alguns poucos acontecimentos significativos ocorrem durante a história toda, culminando em um final simples e esperado, sem grandes feitos.

Mia é uma protagonista comum, típica adolescente repleta de sonhos e dúvidas. Isso pode fazer com que os leitores se identifiquem bastante com ela, mas não a torna uma personagem propriamente interessante, muito menos diferente de qualquer protagonista de outros livros do gênero. Seu namorado, Adam, está bem longe de ser cativante. Ele é o típico par romântico clichê da protagonista, popular e descolado, contrastando com o jeito introspectivo de Mia. O destaque fica por conta mesmo dos personagens secundários, como os pais da protagonista, ex-roqueiros cujo estilo de vida contrasta com o da filha, uma musicista clássica. Suas aparições proporcionam algumas das melhores cenas do livro, a maioria bem divertida, mas infelizmente, apenas nos flashbacks, já que a história é contada praticamente toda depois de suas mortes. 

A narrativa é feita em primeira pessoa pela Mia, mas essa falta de acontecimentos durante o enredo só faz com que a história pareça se arrastar mais a cada página. Além dos personagens sem muita profundidade, a autora optou por dar destaque ao relacionamento entre Mia e Adam em vez do relacionamento com a sua família e amigos, que poderia ter sido bem mais aproveitado não fosse transformar o romance adolescente na trama principal da história.

Se Eu Ficar é o típico romance dramático com vários clichês dos livros do gênero, sem nada inovador ou surpreendente, apenas uma história delicada e melosa para os leitores mais emotivos se derreterem em lágrimas ou se identificarem com algumas passagens. O resultado está longe de ser ruim, mas essa receita para drama adocicado recheado de clichês, apesar de ser bonitinha, possui uma fórmula açucarada demais e bem enjoativa para os mais exigentes.
 
 



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