quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Resenha: Flavia de Luce e o Mistério da Torta


Olá, galera! Hoje trouxe pra vocês uma recomendação de leitura muito legal. Confiram aqui embaixo a sinopse e a resenha de Flavia de Luce e O Mistério da Torta, livro que recebemos da nossa parceria com a Editora Benvirá. \o/


Título: Flavia de Luce e O Mistério da Torta
Série: As Crônicas de Flavia de Luce (The Buckshaw Chronicles) - Livro 1
Autor: Alex Bradley
Ano: 2009
Edição: 1
Editora: ARX
Número de páginas: 352
Avaliação: 9


Sinopse: 

Flavia de Luce é uma garota de 11 anos, que vive numa mansão em estilo vitoriano, na Inglaterra da década de 1950, com sua excêntrica família. Após a morte misteriosa de sua mãe, ela encontra um laboratório de química construído por seus antepassados. Logo, ela se torna uma especialista em venenos e uma investigadora dos estranhos crimes que acontecem ao seu redor. Um pássaro morto encontrado na porta de casa com um selo postal bizarramente preso ao seu bico. Horas depois, Flavia descobre um homem deitado nos pepinos e assiste ele dar seu último suspiro. Um tanto chocada como encantada Flavia se vê diante de seu primeiro caso sério quando um assassino chega a pequena Buckshaw. Para Flavia a essência da investigação é a ciência, cheia de possibilidades e conexões, por isso quando o caso atinge sua família ela se vê no meio de uma surpreendente história do roubo de um objeto de inestimável valor. Primeiro volume da série sobre a jovem detetive que lançou Alex Bradley como best seller em diversos países, como Itália, Alemanha e Noruega.

Booktrailer da Noruega: https://youtu.be/FTJYMnMTU6I



Resenha:

Não é segredo nenhum o fato de eu adorar narrativas policiais, e assim que descobri que o livro se tratava de uma garota detetive, quase pirei de curiosidade.
 
Tudo bem, eu assumo que logo de cara o livro me assustou. A briga de Flavia e suas irmãs não é nada como o que eu esperava, indo desde derreter heranças de família à usar veneno como vingança, isso sem contar as ofensas verbais. Eu, por um momento, realmente considerei o fato de elas acabarem se matando, mas a relação entre as três é melhor explicada no decorrer do livro. Apesar de viverem em constante desentendimento, é possível ver que elas se preocupam, à sua forma, umas com as outras.
 
A narrativa começa com um rotineiro dia para os moradores de Buckshaw: Ophelia, a pianista de dezessete anos, e Daphne, a leitora compulsiva de treze, estão trancando no armário sua irmã mais nova, Flávia, nossa protagonista de onze anos que adora química e solucionar mistérios.
 
Além das meninas também somos apresentados ao senhor de Luce, também chamado só de "o pai", um exímio filatelista que após um acidente tornou-se viúvo; à senhora Mullet, uma cozinheira com dotes culinários no mínimo duvidáveis; e Dogger, um leal jardineiro que vez ou outra é acometido por "episódios" (que são pequenos surtos psicológicos).
 
Tudo começa a mudar quando a cozinheira encontra um pássaro morto com um selo preso em seu bico na porta de casa. Em seguida, Flavia escuta às escondidas uma conversa entre seu pai e um homem misterioso, com o qual ela se depara – expirando pela última vez – no jardim de sua casa.
 
Após isso o pai de Flavia acaba detido e ela se vê usando de sua curiosidade e inteligência para descobrir a relação entre este assassinato, um suicídio que ocorreu há doze anos atrás, o roubo de duas relíquias de valor inestimável, bem como a história de seu próprio pai.
 
A trama é repleta de cenas de ação e humor sarcástico, coisa que me cativou apesar da narrativa ser em primeira pessoa e das descrições exaustivamente detalhadas.
 
O autor foi capaz de conduzir a história com maestria tornando o livro cada vez mais interessante com uma constante sensação de suspense e referências (♡) por todos os lados.
 
O final me foi bastante satisfatório, o que fez com que eu me arrependesse de ter demorado tanto para terminar de ler (isso também se deve ao fato de ter perdido o livro no meu próprio quarto, eu realmente preciso arrumar melhor aquilo).
 
Um outro ponto que me chamou bastante atenção é que, além da questão de Flavia ser criança/pré-adolescente, nossa pequena detetive sofreu bastante com alguns (pre)conceitos de seu tempo (que, convenhamos, não está tão longe assim do nosso). Por várias vezes ela teve seu valor subestimado pelos adultos responsáveis por solucionar o crime pelo simples fato de ser uma garota. Seguem os dois trechos que mais me chamaram atenção:


"Dei um passo à frente ansiosa, quase salivando, para olhar mais de perto. 
— Flavia — pediu o inspetor Hewitt, entrando cautelosamente no meio dos pepinos —, você não poderia pedir a alguém que nos sirva um pouco de chá? 
Ele deve ter visto minha expressão de espanto e justificou: 
— Começamos cedo esta manhã. Você acha que conseguiria improvisar alguma coisa?
Então era isso. Do nascimento até a morte basta uma única mulher estar presente para ser convocada a cair fora e tratar de ferver a água. Improvisar alguma coisa, realmente! Quem ele pensava que eu era? 
— Vou ver o que pode ser feito, inspetor — retruquei. Friamente, espero. 
— Obrigado — agradeceu o inspetor Hewitt. E então, enquanto eu saía para a cozinha pisando duro, ele gritou — Ah, Flavia... 
Voltei-me na expectativa. 
— Vamos entrar para o chá. Você não precisa vir aqui fora. 
Que ousadia! Que desfaçatez!" 
(pág. 39-40)


"Quando terminei, vi que rabiscou um par de caracteres ao lado do meu relato, embora eu não pudesse distinguir o que fosse. Ele fechou o caderninho bruscamente. 
— Obrigado, Flavia. Você foi de grande ajuda. 
Bem, pelo menos ele teve a decência de admitir isso. Fiquei lá parada na expectativa, aguardando por mais. 
— Receio que os cofres do Rei George não sejam fundos o bastante para levá-la para casa duas vezes em vinte e quatro horas — disse ele. — Portanto, vamos acompanhá-la até a saída. 
— E devo voltar com o chá? — perguntei. 
Ele ficou lá com os pés plantados na grama e uma expressão no rosto que sugeria querer dizer qualquer coisa." 
(pág. 227) 


Por Hera!*, essa menina é simplesmente incrível. *-* Por fim deixo essa recomendação para todos que gostem de suspense e um bom mistério, desde o público infanto-juvenil ao adulto, este livro promete agradar a todos os leitores ávidos por histórias de detetive. Th-th-th-that's all folks!** 


*Uma das frases mais usadas pela Mulher Maravilha (uma das heroínas da DC). 
**Citação mais famosa do Gaguinho (personagem da Warner Bros) que é conhecida por ser a frase dita no final de cada desenho da Looney Tunes.

    

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