sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Resenha: A Seleção


Oi, galerinha! Estou de volta com mais uma resenha, dessa vez do livro A Seleção, da autora Kiera Cass. Quem aí já leu?

Título: A Seleção
Série: A Seleção - Livro 1
Ano: 2012
Edição: 2
Editora: Seguinte
Número de páginas: 362
Avaliação: 7


Sinopse: 

Para trinta e cinco garotas, a Seleção é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. 

Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. 

Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.


Resenha:


Misture um pouco de distopia, com uma pitada de reality shows, e mais um príncipe galante. Adicione uma protagonista super legal, mais uma dose exageradamente grande de triângulo amoroso, e voilà: o resultado é A Seleção, uma história divertida que mistura romance, ficção científica e (por que não?) histórias de princesas.

Situada em um futuro onde os Estados Unidos se uniram à China e deram lugar a uma nação, regida por uma monarquia, chamada Illéa, a história de A Seleção se passa em uma sociedade dividida em castas, a maioria pobre e com chances quase inexistentes de subir na hierarquia. Mas, então, surge a Seleção: um reality show promovido para encontrar uma nova esposa para o príncipe de Illéa, Maxon. O show é promovido toda vez que o herdeiro do trono atinge a maioridade, e o melhor de tudo: qualquer garota, de qualquer casta, tem a chance de ganhar! Casar com o futuro rei e se tornar a próxima rainha? Viver no luxo e no conforto do palácio pelo resto da vida? Já dá pra imaginar o alvoroço entre as meninas de todo o país.

Apesar de ser uma distopia, o enredo de A Seleção opta por se concentrar no romance entre os personagens do que em discutir problemas sociais ou provocar reflexões no leitor, que é uma das principais características dos livros distópicos. Essa falta de reflexão é uma pena, pois a ideia de uma sociedade dividida em castas é excelente e merecia ser ser explorada mais a fundo; ainda assim, a história funciona bem no quesito entretenimento, quando o objetivo é prender a atenção do leitor.

A Seleção funciona, principalmente, por causa da protagonista. America Singer não é nem um pouco sem graça. Divertida, sarcástica e impulsiva, America narra a história em primeira pessoa, e é muito legal acompanhar seu ponto de vista. Pertencente à casta cinco, uma das mais pobres da sociedade, America é uma cantora talentosa e que ama o que faz, e é da sua paixão que pretende viver. Definitivamente, ela não tá nem aí pra coroa. Casar com um cara que nem conhece? Viver em um palácio constantemente atacado por soldados rebeldes? Nem pensar! Seu sonho é algo bem mais complicado do que isso: casar-se com o homem que ama, Aspen, um trabalhador da casta seis, com quem vive um romance secreto que definitivamente não seria aprovado pela sua mãe, pelo simples fato de ele ser uma casta abaixo da sua.

As chances não estão nada boas para America, e, para completar, Aspen percebe que não pode proporcionar um bom futuro para sua amada, e rompe o relacionamento com ela. Arrasada, America acaba se inscrevendo na Seleção, por insistência da família. Ela não está nem um pouco afim de participar da competição, mas e daí? As chances são mínimas. Tem milhares de garotas concorrendo em todo o país. Não tem nenhuma chance de ela ser chamada para participar, não é?

Mas é claro que ela foi chamada! E é claro que ela não gostou nem um pouquinho.

Assim, America é levada para viver no palácio. Participando de uma competição por algo que ela não quer, com um bando de garotas dispostas a fazer qualquer coisa para conseguir.

É, não é nada fácil.

Mas então, America conhece o príncipe Maxon, um cara meigo, doce, e com quem ela cria uma forte amizade logo de cara. A cumplicidade existente entre os dois é provavelmente o ponto alto do livro. E proporciona, também, algumas das cenas mais engraçadas.

"Olhei para ele com o canto dos olhos, desejando que dissesse algo. O príncipe fitava a grama com o rosto cheio de preocupação. Parecia que essa ideia o estava infernizando já havia algum tempo. Ele respirou fundo e se voltou para mim.
— E você, pelo que luta?
— Na verdade, estou aqui por engano.
— Engano?
— É, mais ou menos. Bem, é uma longa história... Estou aqui. E não estou lutando. Meu plano é aproveitar a comida até você me chutar."
(Pág.129)

Os dois possuem uma química tão forte, que ninguém poderia deixar de torcer para que a America ganhe a competição. Mas aí é que entra o problema da história: não tem competição! A América é legal demais. Ela é forte, divertida, a única que não está nem aí pra coroa ou pra todo o luxo que alcançaria ao se casar com o príncipe; enfim, ela é a princesa perfeita! As outras competidoras não têm a menor chance! Tudo bem que a America é a protagonista, mas nenhuma outra concorrente possui tanta personalidade, ou parece ter tanta chance de ganhar quanto ela. Acho que a autora poderia se esforçar para fazer uma competição um pouco mais acirrada.

Uma coisa que me incomodou bastante foi o triângulo amoroso. Triângulos amorosos já não costumam ter uma fama muito boa, mas esse criado pela Kiera Cass não me agradou nem um pouquinho. Temos o Maxon, um príncipe super legal e muito fofo que trata a America como uma princesa o livro inteiro, e o Aspen, um cara super antipático, e que ainda por cima é extremamente arrogante. Então, com quem você acha que a America vai ficar no final? Sério! O Aspen não tem a menor chance! Ele só aparece convenientemente quando a America briga com Maxon e faz ela ficar em dúvida em relação a ele. A autora parece que se esforça para tentar fazê-lo parecer legal, mas sem muito sucesso. Achei o personagem totalmente desnecessário. #TeamMaxon, sem sombra de dúvida.

Principalmente por causa desse triângulo entre a America, o Aspen e o Maxon, a história acaba indo devagar, demorando pra pegar no ritmo; mas, justamente quando as coisas começam a melhorar, a história se interrompe no fio da meada, e o livro acaba, como se não tivesse terminado de fato, mas fosse apenas o fim de um capítulo. Acho que a trilogia inteira poderia ter sido um livro só, o que também compensaria a falta de ritmo. Mas eu perdoo a tia Cass porque agora eu tenho todas essas capas lindas e maravilhosas na minha estante.

Enfim, A Seleção é uma história que proporciona um bom entretenimento, apesar das falhas. Com uma candidata a princesa bem divertida, e um príncipe que é o sonho de qualquer garota, o livro é uma boa pedida para quem curte histórias de princesas, cenários distópicos e romances açucarados.



E você? Já leu A Seleção? O que achou?


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